sábado, 8 de dezembro de 2012

Bateria, instrumento de percussão: breve histórico e definição

A bateria surgiu no início do século XX nos Estados Unidos e, evoluiu com bandas de Dixieland, Ragtime, Blues, Jazz, Marchas etc. Essas bandas de músicos inovadores como a de New Orleans agruparam vários instrumentos de percussão para um único percussionista tocar. Foi no início do século, em 1920 que foi inventado o pedal de bumbo [1] por Willian Ludwig. (Queiroz, 2006).
Frungillo (2003, p. 34 e 35) define assim, a bateria: ”Conjunto de “tambores” e “pratos” utilizados por um único instrumentista.” [...] Ver foto abaixo.
A definição de Frungillo é simples e direta mostrando que a bateria é o agrupamento de membranofones (tambores) e idiofones percutidos (pratos). Rocca (1986, p. 20) foi um pouco mais além, abrangendo os acessórios de percussão que são diversos tipos de idiofones e membranofones, que podem ser escolhidos, dependendo do estilo de música e gosto musical do executante, incluindo ao conjunto da bateria: cowbellwood block, pandeiros, tamborim, bongôs etc.



foto: Acácio Rodrigues Filho


[1] Mecanismo que permite ao instrumentista percutir o bumbo com o pé. (Frungillo, p. 250, 2003)

Referencias bibliográficas e sites:
FRUNGILO. M. D. Dicionário de Percussão. Editora UNESP: Imprensa Oficial do Estado, São Paulo, 2003.
ROCCA, Edgar Nunes. Ritmos brasileiros e seus instrumentos de percussão. Editora: E.B.M. São Paulo. 1986.
QUEIROZ, AndréEstudos de coordenação e técnica de baqueta para a bateria sobre a rítmica do tambor de crioula, maracatu, samba e congado. Dissertação de Mestrado - UFMG.  Belo Horizonte – MG.  2006. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=28755 



terça-feira, 8 de junho de 2010

Widgets ou Gadgets que escolhi...

Por ser um Blog ligado a cultura, a educação e a música achei fundamental os Widgets ou Gadgets que trazem endereço dos Blogs dos alunos para acrescentar informação e divulgar outros trabalhos. A inscrição ao RSS é importante para divulgar o Blog e facilitar sua permanencia. Sugerir o link a outros Sites ligados a Cultura e a Educação, principalmente sites sem interesse comercial foi uma escolha para divulgá-los e incentivá-los a essa prestação de serviços à cultura e ao social. E o gadget para monitorar o acesso das visitas achei o de três dados o suficiente pra não pesar quando acessado. Abraços e boa Interação. Acácio.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Educação: inclusão digital e social.

Se buscarmos nos estudos, assim como este de nosso livro Eletrônico, no Curso de Tecnologia da Informação em Educação Musical, há um grande número de “analfabetos funcionais” no nosso país e cerca de dez por cento da população são totalmente analfabetos. Pra mim, com esses dados, isso não significa que os meios e recursos tecnológicos deverão ficar distantes dessas pessoas. É nesse ponto que a educação deverá se utilizar de recursos da tecnologia de informação e da comunicação os chamados TICs, e, encontrar formas de nossos alunos e daqueles que nunca tiveram oportunidade de aprender a escrita e a sua língua, a voltar a estudar e, caminhar no sentido da tecnologia com objetivos educacionais. Existem inúmeras formas de trabalhar a linguagem neste sentido, através de imagens e recursos áudios-visuais associado a palavras, assim como aprendemos em boa parte nos cursos de línguas estrangeiras. Também, muitos de nós poderemos aprender música através dos recursos da informática e até as pessoas que nunca tiveram acesso à notação musical, por isso, o que ocorre é que em posse de recursos tecnológicos (computador, internet etc.) e auxílio de professores de informática, será possível alfabetizar na linguagem, seja ela qualquer.

Dentro do Governo brasileiro, no momento que passamos, existe um grande incentivo e estímulo ao acesso, como os milhares de Telecentros espalhados pelo Brasil (aprox. 5.500). Eu conheci um Projeto do Telecentro que tive contato em Porto Feliz no ano passado quando dei aulas naquela cidade. Os alunos em geral e os cidadãos têm uma sala onde fica computadores interligados pela rede mundial, a internet, e, além disso, tem os professores ou tutores que participam e dão assistência, através de aulas e de auxílios imediatos aos cidadãos (crianças, jovens e adultos), basta se inscrever e usufruir. Até eu que passava por lá pude acessar a internet e assistir aulas no Moodle.

Esse projeto se “pipocar” - como dizem por ai - vai atingir um dos grandes objetivos da inclusão digital e social, que é a sua democratização. Mas, nem tudo funciona assim no nosso grande e rico Estado de São Paulo, pois, posso citar que aqui em Tatuí, onde moro, ainda não chegou isso, ou seja, a tal democratização das TICs direcionada a todos os cidadãos ainda está incompleta, ou, parcial. Acredito que a demora por ocorrer isso aqui seja por problemas de falta de informação e interesse da população e dos políticos que aqui estão. Embora essa falta ocorra, aqui existem aulas de informática para as crianças do ciclo um e dois do Ensino Fundamental – do 1º ao 5º anos -, no ensino público, porém, na minha visão, isso só não representa a inclusão e oportunidade para todos.

Quanto ao papel da inclusão digital e a educação formal em geral nas escolas, seja de qualquer cidade desse imenso país, é de grande importância o nosso trabalho de educador, que deverá aproveitar melhor os recursos disponibilizados pelos governos, incentivando os alunos a pesquisarem, a fazerem trabalhos através do computador, usar outros recursos visuais e sonoros que esta valiosa ferramenta tecnológica vai oferecer. Devemos não só usar recursos da Internet, mas, fazer com que usem e descubram as possibilidades que a informática traz em seu benefício e da comunidade.

Para o campo musical e no sentido da Educação Musical podemos oferecer meios auxiliares de aprendizagem, como aqueles que trabalham a percepção de sons, pesquisas da internet, escritas de partituras entre outros, como a execução e produção de vídeos etc.

Portanto, se o governo oferecer recursos tecnológicos (TIC), treinamento para aqueles que ensinam – professores – e aos usuários – alunos de qualquer idade – e, as pessoas da comunidade ter consciência e propósitos bons, poderão cada vez mais ser incluídas na sociedade e no mundo da informação e dos recursos tecnológicos, por isso, o papel do educador em geral é não se abster de tais recursos e, que a sua vivência na prática musical ou outra prática educacional qualquer, ele possa se utilizar de tudo que venha favorecer seu trabalho e a melhoria da população.

sábado, 22 de maio de 2010

Bandinha Ritmica

Foto: Acácio Rodrigues Filho

Sobre a foto é possível observar que os instrumentos que compõe a bandinha ritmica, são em sua maioria instrumentos de percussão, aqui nesta foto por exemplo, só tem instrumentos de percussão. Existem outros instrumentos musicais que poderiam ser usados na bandinha, inclusive instrumentos de sopros e cordas, que fazerm parte do instrumental Orff.  (este comentário não faz parte da monografia, fonte do texto abaixo).

Bandinha Rítmica.

A bandinha rítmica ou banda rítmica é uma das atividades dentro da musicalização, onde promove a arte musical e trabalha diversos elementos do desenvolvimento humano e social.

Esses elementos, considerados nesta monografia “fatores positivos”, são importantes na vida da criança ou do adolescente, sendo um dentre vários assuntos sobre a bandinha rítmica que será explanado e argumentado, em especial, neste capítulo.

2.1 - Importância desse grupo.

A bandinha é uma das atividades da musicalização que pode colocar, pela primeira vez, a prática de conjunto na vida artística da criança ou do adolescente.

Dentre os assuntos da musicalização, que usa o ensino coletivo de música, a prática da bandinha vem a promover a criança ou o adolescente, como ser humano e social, trabalhando em vários aspectos, tais como: o físico, o cognitivo, o afetivo e o emocional. Por isso, a bandinha é um assunto e uma atividade artística de especial importância e, que não poderia ficar de fora deste trabalho.

Apesar de tal importância, ainda é pouco explorada a atividade da banda rítmica, principalmente, se levar em consideração o seu grande potencial pedagógico, como afirma Feres, logo a seguir: “Embora seja uma das atividades favoritas num curso de musicalização, a banda rítmica é muito pouco explorada se considerarmos seu imenso potencial pedagógico.” (Feres, 1989, p. 41).




2.2 – Origem e definição

Na minha simples explicação, a bandinha rítmica é uma “miniatura” dos grupos musicais de percussão.

Acredito que a banda rítmica busca esse modelo musical, por ter no grupo de percussão um grande trabalho rítmico e musical, com possibilidades de trabalhar inúmeros elementos básicos da música, principalmente, quando agregado a um instrumento harmônico, ou, com o acompanhamento de um play-back colocado pelo educador.

Pensando nisso, achei importante deixar esta colocação de Sá Pereira, em seu livro, Bandinha rítmica – organização e prática, que reforça minha concepção: “- Ora, uma das primeiras manifestações musicais da criança é o ritmo. Partindo da observação deste fato, surgiu a idéia dos conjuntos de percussão, especialmente da Bandinha Rítmica, atividade adotada hoje em toda parte” (Sá Pereira, 1971, p 4).

A bandinha rítmica, na minha definição, é um grupo integrado por crianças ou adolescentes (garotos ou garotas), com o objetivo principal de musicalizar e promover a arte musical. Composto por instrumentos musicais da família da percussão, acompanhado por um instrumento harmônico, ou, um play-back, ou, às vezes, um outro grupo musical. É conduzida, organizada e orientada por um educador conhecido por “regente”, o qual conduz o grupo de “músicos” através de seus gestos pré-determinados e semelhantes ao do regente dos grandes grupos musicais, com a finalidade artística e musical.

2.3 - Aplicação: fase escolar e faixa etária.

A bandinha rítmica é normalmente aplicada na infância (e parte da adolescência), idade correspondente ao nível escolar da educação infantil e do ensino fundamental de 1ª a 4ª séries (ciclo I e II), que vai dos três aos dez anos de idade.
Essa faixa etária é considerada a melhor fase de aplicação da musicalização e da atividade da bandinha rítmica, sendo uma fase de grande interesse e aceitação da iniciação musical coletiva por parte da criança.

Além dessa aceitação, é também nessa faixa etária que ocorre um intenso desenvolvimento físico e cognitivo, despertando tão cedo a criatividade e outras habilidades, colocadas de forma natural na vida dos integrantes.

Apresento uma argumentação de Feres, referente a iniciação musical com adolescentes, onde deixa claro a dificuldade encontrada para trabalhar a musicalização iniciada a partir dessa fase da vida.

Na maioria dos currículos escolares brasileiros, a educação musical tem início na pior idade. O adolescente, com seu elevado grau de senso crítico, tem vergonha de cantar, não gosta das canções que são usadas na iniciação musical porque seu ouvido está apenas preparado para a música de consumo, e há, ainda, o problema de mudança da voz, que expõe ao ridículo os rapazes que passam por essa fase. (Feres, 1989, p. 3)

Aproveitando essa argumentação de Feres, associo a atividade de cantar da iniciação musical, por ela abordada no texto anterior, com a atividade proposta pela bandinha, onde os adolescentes, também, podem sentir alguma inibição em tocar os instrumentos da bandinha, em participar desse grupo e, em tocar as músicas propostas pela iniciação musical na bandinha.

Ao meu ver, eles gostariam de tocar algo mostrado na mídia, como a música de consumo, ou, algo particular de seu gosto. Também, gostariam de tocar instrumentos próximos ao de tamanho original ou comum e, não os pequenos instrumentos da banda rítmica. O que eles não entendem muitas vezes, é a necessidade do trabalho da musicalização proposto pelo educador e, não percebem o quanto é importante a iniciação musical para que consigam entender, aprender e perceber elementos básicos da música, melhorando a percepção e o gosto para as músicas que vão ouvir ou tocar.

Ainda, sobre esse mesmo texto de Feres, com relação à faixa etária, acredito que essa dificuldade de musicalizar os adolescentes é devido ao contato tardio que eles recebem com a musica, o que já deveria ter ocorrido na infância.
Então, se ocorresse o inicio da musicalização na infância (1a a 4a séries – ciclo I e II), e, houvesse uma extensão de todo o trabalho de musicalização para a fase seguinte, existiria a grande possibilidade de desenvolver um trabalho melhor, consciente, com aproveitamento e, de maior aceitação na fase da adolescência (5a a 8a séries – ciclo III e IV), levando esse trabalho para o resto do ensino fundamental e, quem sabe, propondo a outros níveis de ensino e fases da vida do indivíduo.

Na adolescência, em geral, exigirá um esforço maior do educador, buscando um trabalho diferenciado daquele da infância e, mais direcionado - especialmente a essa faixa etária, devido às particularidades e interesses da idade.

Alguns problemas apresentados, nessa fase são: problemas de identidade; problemas emocionais e afetivos com os pais, com as amizades e os namoros que interferem no aproveitamento escolar; problemas com a aceitação da atividade coletiva em conjunto com crianças (se houver no grupo a diferença de idade); os adolescentes são muito críticos, não aceitando tudo que propomos desenvolver; problemas de identidade e busca profissional que interferem; etc.

Deixo aqui uma sugestão da musicalização em outras faixas etárias ou fase da vida:

Nada impede de ser feito um trabalho experimental e educacional com adultos, principalmente, se estes estiverem nas mesmas condições de “analfabetismo musical”, ou seja, na falta de musicalização e de noções elementares de música, como qualquer criança ou adolescente pode se encontrar.

É obvio que as dificuldades e soluções serão outras com a fase adulta e, na maioria das vezes com caminhos diferentes para trilhar. Mas, esse assunto é apenas uma sugestão que deixo, para um outro trabalho de pesquisa ou monografia.




2.4 - Acompanhamento da bandinha rítmica.

Para acompanhar esse grupo, é interessante que seja um instrumento harmônico como: o piano, o teclado ou o violão. O educador pode usar um play-back das músicas escolhidas para a bandinha tocar junto. Pode convidar algum grupo para tocar ou cantar juntos como um trabalho experimental. Por exemplo: um grupo de flautas doces, um coral infantil ou um grupo formado com a metade da classe que gosta de cantar e outra metade toca na bandinha etc.

Às vezes, o educador ou regente pode contar com o auxilio de um músico que toque e acompanhe o grupo. Mas, é de suma importância o educador saber tocar um instrumento harmônico, pois nem sempre pode contar com o auxilio de alguém para tocar com o grupo.

2.5 - Número de integrantes e formação instrumental.

Infelizmente, não encontrei dados concretos referente à quantidade de integrantes da bandinha. Pesquisei alguns livros e métodos referentes ao assunto e, nenhum dos que li citavam quantidade de integrantes. Apenas a pesquisa em campo me deu alguns subsídios.

De acordo com algumas experiências vivenciadas de trabalhos de organização e prática da bandinha, foi possível obter alguns dados. O que observei, para um trabalho simples de iniciação musical pela bandinha, que é possível agrupar de vinte até umas quarenta crianças ou adolescentes, num espaço de sala de aula de tamanho comum, de uns quarenta e nove metros quadrados aproximadamente.

Para esse grupo ou formação são usados quatro tipos de instrumentos mais comuns, que devem ser distribuídos em quatro fileiras. Um exemplo com quarenta integrantes na sala de aula: dez educandos na primeira fila, com claves; dez na segunda, com pandeiros; dez na terceira, com triângulos; e, dez com chocalhos na quarta fila. Esse trabalho utiliza apenas quatro instrumentos.

Referente a formação e a quantidade de crianças no grupo da bandinha é possível perceber que é algo um tanto relativo.

O que pode pesar para a escolha da quantidade e dos instrumentos a serem usados na bandinha, é: a experiência e o bom senso musical do educador; a proposta e os objetivos musicais para o grupo; a quantidade e o tipo de instrumentos disponíveis para trabalhar; o número de educandos disponíveis; o nível de conhecimento do grupo; o repertório proposto; o espaço físico disponível para o trabalho do grupo; etc.

2.6 - Musicalização.

A bandinha é uma atividade oferecida para musicalizar. Ela colabora para a vivência e prática musical em grupo. Tudo aquilo que vem sendo aprendido na teoria musical ou na prática de instrumento, como os elementos básicos musicais (altura, intensidade, andamento, ritmo e melodia), serão abordados com a prática da bandinha, que ensina e complementa a teoria e prática da aprendizagem musical.


Referencias:
RODRIGUES FILHO, Acácio; VITO DE JESUS, Raphael Egídio. Ensino Musical Coletivo - desenvolvimento humano e social. Tatuí, 2005. 97 pág. Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdade de Educação Artística. Associação de Ensino Tatuiense